Cerveró diz que repassou propina a senadores do PMDB para ficar no cargo

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró reafirmou ontem (24) que repassou propina a senadores do PMDB como forma de garantir a permanência no cargo. Ele depôs como testemunha de acusação da ação penal que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu, no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-diretor já havia dito, em depoimento de delação premiada, que repassou R$ 6 milhões a políticos do PMDB a partir de contratos da Petrobras para a compra de navios-sonda. Dessa vez, ele explicou que o compromisso dele com o partido veio após a crise do chamado Mensalão no início de 2006. "O ministro Silas Rondeau me procurou e disse que, devido ao enfraquecimento e desgaste do PT, que o PMDB do Senado passaria também a me apoiar. Foi quando eu conheci o senador Renan Calheiros", disse Cerveró. Ele disse que até aquele momento, quem o apoiava no cargo era o então senador petista Delcídio do Amaral por indicação de Zeca do PT, na época governador do Mato Grosso do Sul.

Segundo Nestor Cerveró, Delcídio tinha relações com "o pessoal" do Geddel Vieira Lima e do Jader Barbalho. "E esse pessoal orientou o ministro Silas [Rondeau], que fazia parte do grupo, para que me procurasse. A partir daí, eu estabeleci um compromisso com o PMDB", relatou. Procurada, a assessoria de imprensa de Geddel informou que o ministro não vai comentar o assunto. Segundo a Agência Brasil, o ex-diretor também disse que saiu do cargo, em 2008, por pressão do PMDB na Câmara. Na época, segundo ele, os deputados pressionavam o governo federal para indicar o diretor da Área Internacional da Petrobras em troca de votos favoráveis à manutenção da CPMF. Cerveró acrescentou que os políticos teriam exigido o pagamento mensal de US$ 700 mil para apoiar a permanência dele na Diretoria Internacional da Petrobras.

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