CRUZ DAS ALMAS: DJ denúncia assédio e homofobia durante festa em Boate LGBT

Um DJ entrou em contato com a reportagem do Jornal Forte no Recôncavo para denunciar um descaso por parte da produção da IV Parada da Diversidade que este ano contou com o apoio da Secretaria Municipal de Políticas Públicas Especiais. Segundo o DJ Keven, ele e mais quatro DJs passaram por momento constrangedores durante a Festa da Diversidade-Boate Fantasy, ocorrido no último sábado, 13 de outubro, em Cruz das Almas. Segundo relatos expostos em redes sociais, os profissionais foram hostilizados pelo próprio público que em sua maioria era formado por heteros, só havia três seguranças no estabelecimento onde ocorria a festa, não havia técnico de som, os DJs tiveram problemas para entrar no camarote, sofreram assédios, tiveram problemas ao fazer check-in no hotel, dentre outras tormentas que segundo os DJs foi causado pelos produtores do evento voltado para o público LGBT que terminou no domingo em praça pública com o tema "Onde há amor, o preconceito não tem vez".

Veja abaixo a reprodução da denúncia feita em redes sociais por um dos DJ vítima do suposto descaso por parte da produção do evento.
No último sábado e domingo aconteceu em Cruz das Almas (BA) a festa pré-parada denominada como "FESTA DA DIVERSIDADE / BOATE OFICIAL FANTASY" e a IV PARADA DA DIVERSIDADE, onde fui convidado junto com mais 5 DJs e um fotógrafo. Nos dispomos a tocar tanto na festa do sábado quanto na Parada LGBTQ+, levando equipamentos de um dos DJ, exigindo apenas transporte, alimentação, hospedagem e translado.

Tivemos empecilhos no check-in do hotel e não havia alimentação, após a passagem de som os DJs voltaram andando para o hotel, foi cobrado o veículo para irmos para a boate que chegou atrasado.

Na boate não tivemos acesso ao camarote, que foi cedido quase 01:00 da manhã após muito embate entre o mediador, produção e a administração da boate, não havia técnico de som, o contingente de seguranças não era o suficiente (2 na portaria, e 1 no controle de acesso ao camarote).

Desde o início da festa a DJ Rhanny foi assediada, os DJs João Vitor e Vyctor Neres (Produtor do grupo San Sebastian) sofreram homofobia, foram agredidos, uma Drag Queen foi agredida também e tomamos a decisão de não permanecer no ambiente por receio das agressões físicas e psicológicas. Um dos organizadores, Rodrigo Camilo, pegou o microfone e proferiu frases como: "Eu acho uma falta de respeito, ter 7 DJs aqui e nenhum deles poder tocar mais 30 minutos." Nesse momento o Dj Kevin interrompeu sua fala e expôs ao público tudo o que havia acontecido e por que foi necessário essa atitude. Outro organizador chegou a gritar que precisávamos tocar pois "O bar tinha que lucrar". Uma parte do público, com mais 80% de héteros em meio a um evento LGBTQ+, nos oprimia e vimos uma probabilidade enorme de sermos agredidos pelo público que ainda estava na porta do evento. Tivemos dificuldades para sair do espaço e tivemos que ser escoltados até um veículo.

Então decidimos, até mesmo para preservar as nossas vidas não participar da Parada LGBTQ+. Tivemos dificuldades para voltar a Salvador pois a produção nos abandonou.

Nós não podemos permitir que produtores façam festas de olho no PINK MONEY, manche a nossa imagem, reputação, nos ofenda. Somos seres humanos, merecemos respeito!

#ForteNoRecôncavo

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