Encontro discute Indicação de Procedência para azeite de dendê no Recôncavo

A cidade de Nazaré, no Território de Identidade Recôncavo, sediou, nesta quarta-feira (18/setembro), mais uma edição da série Encontro de Pesquisadores e Produtores Rurais de Azeite de Dendê, com o objetivo de dialogar sobre as estratégias para o fortalecimento da cadeia produtiva do dendê. O azeite de dendê é produzido numa extensão territorial de mais de 20 mil hectares, envolvendo mais de 28 municípios dos Territórios de Identidade Baixo Sul, Recôncavo Baiano, Litoral Sul e Costa do Descobrimento.

A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), é parceira desse encontro, uma realização do Instituto de Geociências e a Escola de Nutrição, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e do Instituto Federal Baiano (IFBAIANO/Valença).

Com o registro de Indicação de Procedência (IG) para o azeite de dendê, é possível identificar a origem de produtos ou serviços, reconhecendo as características ou a qualidade desses produtos ou serviços, de uma determinada região.  Amado Fernandes Serra, agricultor da cidade de Nazaré, fala sobre suas expectativas após este dia de diálogo e troca de conhecimento:  “Estou muito satisfeito em participar deste seminário, que trata da nossa inclusão na Identidade Geográfica do Dendê do Baixo Sul. Todas as ações específicas para que haja o desenvolvimento das comunidades das cidades são muito importantes e bem-vindas. Nosso grande objetivo é que nossa região tenha seu selo territorial, reconhecendo o valor dos nossos produtos”.

A coordenadora técnica da Bahiater/SDR, Ana Cristina Souza, participou do evento ministrando palestra sobre o papel da Bahiater no fortalecimento da cadeia produtiva do dendê na Bahia.  “A Bahiater cumpre o importante papel na discussão sobre a Indicação Geográfica por meio da assistência técnica, realizando, junto aos parceiros, formações para fortalecer os conhecimentos dos nossos técnicos, técnicos parceiros e agricultores familiares. Já realizamos a primeira formação sobre Identificação Geográfica e Territorialidade, também estamos contribuindo na realização desta série de encontros sobre o IG, na tentativa de fortalecer a cadeia produtiva do dendê”.

Para Valdeni Pereira de Oliveira, que também trabalha com a cultura de dendê na região da Costa do Dendê, “o dendê na Bahia passa por uma crise. A Bahiater é o elo de comunicação e capacitação para o desenvolvimento técnico e de práticas de manejo para a cultura do dendê se estender, nesta área zoneada que tem todas condições edafoclimáticas para o cultivo e desenvolvimento do dendê na Bahia.”

A professora Doutora Deusdélia Almeida, da Escola de Nutrição, da UFBA, fala sobre os desafios para alcançar a Indicação Geográfica do Dendê:  “Nós, da Escola de Nutrição, nosso Grupo de Pesquisa e Estudos em Alimentação Coletiva, GEPAC, estamos trabalhando com este tema há cerca de uma década. O que evidenciamos é que o azeite de dendê, apesar de ser símbolo do sabor da Bahia, necessita, ainda, de muito trabalho para que a qualidade seja melhorada, uma vez que as práticas que se adota, de não ter muito cuidado com os frutos, de deixar o fruto fermentar por longos períodos, levam a um aumento da acidez, então, o azeite inicia com uma qualidade comprometida.  Esses e outros fatores são mecanismos que devem ser trabalhados para que possamos ter um produto de melhor qualidade".

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