Cancelamento de festas juninas deve provocar queda de 23% nas vendas de cidades da

A pandemia do coronavírus provocou o cancelamento das tradicionais festas de São João em alguns municípios da Bahia. A atitude, embora ajude a evitar a disseminação do Covid-19, impacta na geração de renda dos trabalhadores, que já contabilizam os prejuízos. Segundo a Federação do Comércio da Bahia (Fecomércio), a medida, além de afetar o turismo, deve provocar uma retração nas vendas de 23% nestas cidades, especificamente nos setores mais afetados pela data, como vestuário e supermercado.

Entre as cidades que confirmaram o cancelamento da festa junina estão Ibicuí, Amargosa, Senhor do Bonfim, Irecê, Miguel Calmon, Seabra, Itaberaba, Piritiba, Cruz das Almas, Vitória da Conquista, Jequié, Barra e Santo Antônio de Jesus.

Já em Ibicuí, no sul da Bahia, o São João aconteceria de 19 a 24 de junho, e a prefeitura já tinha confirmado dez atrações. Em Vitória da Conquista, sudoeste do estado, o cancelamento da festa foi uma das principais medidas de contenção tomadas pela prefeitura da cidade.

Presidente da Federação Baiana das Quadrilhas Juninas, Carlos Brito, lembra o investimento feito e lamenta o prejuízo com o cancelamento dos festejos.

“Trabalhos precisaram ser paralisados, e agora tomamos prejuízo, já que materiais para confecção dos figurinos tinham sido comprados e profissionais como costureiras, contratados”, diz Carlos.

A atitude também vai impactar no trabalho de vendedores ambulantes da região, como é o caso de Givaldo Sales.

Sempre vendia 25 sacos, 30 sacos de amendoim. Mas, esse ano, sei que vai ser ruim as vendas”, lamenta Givaldo.

Já o sanfoneiro Dudu Rodrigues vê prejuízo não só financeiro, mas emocional para todos envolvidos nos festejos.

“O prejuízo, além de financeiro, é cultura e, muitas vezes, emocional para alguns sanfoneiros”, diz Dudu.
Os gestores dos municípios admitem o impacto econômico com o cancelamento dos festejos, mas ponderam que a preocupação maior, neste momento, é com a saúde da população.

“A gente, claro, se preocupa com a situação econômica, porque é através dela que você fortalece o município, com emprego e renda. Mas, em primeiro lugar, existe a vida das pessoas”, diz Carlos Brasileiro, prefeito de Senhor do Bonfim.

“É uma decisão difícil por entender que o São João da cidade de Irecê é tradicional. Mas não poderíamos agir diferente diante da crise, da pandemia que esta doença, o Covid-19, traz para toda sociedade”, completa Elmo Vaz, prefeito de Irecê.

A cabeleireira Cleise Oliveira, que esperava faturar R$ 3 mil durante o São João, afirma que entende a atitude das prefeituras.

Como é para o bem da sociedade em relação a saúde, eu acho que é conveniente”, comenta Cleise.

F: G1

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