Famílias de agricultores do Recôncavo Baiano serão beneficiados por meio do Programa ReDes

A Votorantim Energia, por meio de parceria entre o Instituto Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), investirá neste ano em dois projetos que serão desenvolvidos em comunidades da zona rural de Maragojipe (BA) pelo Programa ReDes, beneficiando 87 famílias.

É a primeira vez que a cidade recebe ações do programa, que tem o objetivo de estimular o desenvolvimento sustentável, fornecendo apoio técnico e financeiro para o fortalecimento de cadeias produtivas inclusivas capazes de gerar renda.
As iniciativas contempladas são a “Consolidação da Agroindústria Familiar do Brinco” e a Compra Coletiva de Insumos e Assistência Técnica da Quizanga”, que se inscreveram por chamada pública de projetos e foram selecionadas com base em um diagnóstico e pré-avaliação realizados por equipes do Instituto Votorantim. A partir dos resultados dessa pré-avaliação, algumas organizações locais foram selecionadas pela própria comunidade para propor projetos de geração de trabalho e renda. Os projetos, depois de construídos, foram levados para aprovação do BNDES, Instituto Votorantim e Votorantim Energia, onde foram selecionados para apoio os dois mencionados acima e mais dois para incubação.

“A Votorantim Energia reforça seu compromisso com o desenvolvimento da comunidade, apoiando iniciativas que agregam valor aos produtos cultivados pelos agricultores familiares, geram novos postos de trabalho e melhores condições de trabalho. As duas comunidades se mobilizaram para aprimorar a produção rural local e terão esse suporte para crescer ainda mais”, afirma Alexsandro Cota, gerente de Sustentabilidade da Usina Pedra do Cavalo.

Com o aporte do ReDes, as ações junto às 61 famílias ligadas à Abrinco (Associação Comunitária do Brinco) incluíram a compra de um notebook para organização da parte administrativa, capacitação na área financeira e compra de material de embalagens a vácuo. Outras metas são a construção de uma cisterna, para aproveitamento de águas pluviais, estímulo para que a associação venda para empresas (ela já fornece produtos para órgãos governamentais) e formação de capital de giro.

O grupo, que produz aipim e inhame, passou a preparar os tubérculos para venda em uma unidade de beneficiamento, na qual descascam, cortam e embalam os produtos, agregando valor e motivando aumento no lucro, além da geração de novos empregos, principalmente para mulheres, que atuam nas cozinhas.

“Esse suporte é muito importante para nós. Com a máquina para embalar, vamos conseguir aumentar a produção em 150%. Também tivemos aprovada a compra de três freezers para exposição de nossos produtos em locais estratégicos. A ideia é colocar pelo menos um em Salvador, para divulgar nossa produção. Estávamos com dificuldades para controle da parte financeira e as oficinas estão sendo fundamentais para aprimorar a administração. Com essas mudanças, a expectativa é dobrar a renda dos associados”, afirma Antonio José da Cruz Barbosa, presidente da Abrinco.
Quizanga
Na comunidade da Quizanga, os 26 produtores que mantém uma monocultura de aipim já celebram a conquista da primeira compra coletiva de adubo (cama de frango). Ao todo, foram 312 toneladas, com economia de R$ 300 por família. A Suzano investiu o montante para compra e o valor economizado pelos agricultores será utilizado para a formação de capital de giro.

Outra vertente do ReDes na Quizanga é a consultoria de um engenheiro agrônomo, que realiza reuniões mensais com o grupo e também se reúne individualmente com cada produtor a cada três meses. Um dos grandes desafios do projeto é introduzir o plantio de frutas, para acabar com a dependência de um único produto. A expectativa é cultivar abacaxi, banana, limão, maracujá e poncã em uma área de seis hectares.

Incubação
Além desses projetos, há outras duas iniciativas que estão sendo acompanhadas pela Votorantim Energia em sistema de incubação, que beneficiam cerca de 50 pessoas em duas comunidades quilombolas.

Os projetos “Cultivando Ostras” – realizado pela Associação dos Pescadores e Marisqueiras Remanescentes de Quilombos da Enseada do Paraguaçu, em São Roque do Paraguaçu (Maragojipe) – e “Unidos Venceremos” – da Associação de População Tradicional, de São Francisco do Paraguaçu (Cachoeira) – receberam apoio e serão avaliados no fim do ano, com a possibilidade de serem incluídos no ReDes em 2020.

A intenção é realizar protótipos de modelo de negócios. A ação em Maragojipe inclui a instalação de um viveiro para produção de 3.000 ostras e viabilizar compras de insumos e vendas coletivas para o grupo, formado em sua maioria por mulheres, que vivem nas proximidades do rio, onde o acesso principal é por meio de barcos.

Em Cachoeira, está sendo realizada uma iniciativa inovadora na região, com um projeto de aquaponia, sistema de produção de alimentos que combina a criação de peixes com hortaliças. No local, a água do tanque das tilápias é utilizada para produção de hortaliças hidropônicas, aproveitando a matéria orgânica como “adubo”, com a água limpa voltando para o tanque dos peixes, em um sistema fechado de reaproveitamento da água.

O ReDes
O Programa ReDes foi criado em 2010, fruto da parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente, também conta com o Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID – Fumin).

Em 2018, o ReDes esteve presente em 34 municípios, que geraram mais de R$ 8,5 milhões de renda a partir dos 33 projetos apoiados. Sua atuação é voltada às localidades com baixos indicadores econômicos e alta vulnerabilidade social inseridas na área de influência das empresas investidas da Votorantim.

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