ONU nomeia general do Brasil para comandar missão de paz no Congo
O
general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 60 anos, foi
nomeado nesta sexta-feira (17/5) pela Organização das Nações Unidas como
novo comandante militar da missão de paz no Congo (Monusco), que possui o
efetivo de mais de 23,7 mil homens, tem caráter de imposição da paz e é
a única atualmente com autorização para intervir em um conflito.
O G1 divulgou com exclusividade em 24 de abril o convite feito
diretamente pela ONU ao general em reconhecimento ao trabalho
desenvolvido pelo Exército na missão de manutenção da estabilidade no
Haiti (Minustah), comandada pelo Brasil desde 2004.
Ao contrário
das missões normais da ONU, como a do Haiti, em que as tropas buscam a
imparcialidade e não podem atacar, a missão do Congo é de imposição da
paz e os soldados podem ter ações "proativas", o que, no jargão militar,
signfica que os soldados podem realizar operações para prender e
recuperar áreas dominadas por rebeldes.
Em 28 de março, o
Conselho de Segurança autorizou a Monusco a ter uma "brigada de
intervenção", com tropas de Forças Especiais e a missão de "neutralizar"
grupos criminosos que provocam a violência no país.
A brigada
de intervenção tem um mandato definido, que é trazer a paz e garantir
melhores situações para o povo do Congo. "E a missão vai ser cumprida.
Vamos fazer o que tem que ser feito para atingir os objetivos do
mandato", afirmou o general ao G1 após a nomeação, salientando que ainda não definiu quais estratégias empregará para pacificar o Congo.
"É com felicidade que recebo esta missão. Devo embarcar para Nova York o
mais rápido possível, talvez na próxima semana, onde terei um
treinamento inicial na ONU, e depois devo seguir direto para o Congo",
disse. A nomeação de Santos Cruz foi
anunciada nesta sexta-feira pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon. Ele vai substituir o general de divisão indiano Chander
Prakash Wadhwa, cujo mandato foi concluído em 31 de março, informou a ONU.
Santos
Cruz foi o comandante das forças da ONU no Haiti entre 2007 e 2009,
chefiando mais de 12 mil homens. Ele foi o general brasileiro que mais
tempo ficou no posto. Atualmente é general de divisão, tendo passado
para a reserva do Exército em novembro de 2012, após não ter sido
promovido à mais alta patente da Força. Em seguida, passou a integrar a
Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.