MARAGOGIPE: Prefeitura fecha escola quilombola e crianças ficam sem aulas
De acordo com denúncia do Movimento
de Pescadores e Conselho Quilombola da cidade de Maragojipe, no
recôncavo baiano, mais de 350 crianças foram expulsas da tradicional
escola Municipal Getúlio Vargas, que funcionava até o último mês de
setembro, em um prédio do Governo Estadual, na localidade quilombola
Tabatinga. Segundo o manifesto, 90% dos estudantes são remanescentes de
quilombo. Em Nota os Movimentos ressaltam que há um mês as crianças
estão sem aulas, sendo que o Poder Público Municipal, ofereceu escolas
há 18 km da localidade para que os estudantes das áreas quilombolas
estudem. Todavia a proposta não foi aceita pelas instituições defensoras
da causa. A nota informa que a Secretaria de Educação do município,
informou que o prédio será utilizado pelo Estaleiro do Paraguaçu, onde
abrigará uma escola profissionalizante. Em relação aos cursos técnicos a
serem ministrados no local, os movimentos dizem ser contra, pois
exterminará a cultura da tradicional população, - o desenvolvimento não é
para as comunidades tradicionais, escutemos os sinais, eles querem
exterminar o nosso povo, nossa cultura e nosso modo de vida- diz trecho
do comunicado. Segundo o Conselho de Quilombola o ato viola os direitos
das comunidades quilombolas, assegurado pela Constituição - As
comunidades não foram ouvidas acerca da implantação deste empreendimento
na localidade, bem como sobre a dissolução da referida escola, causando
graves prejuízos para nosso povo, ferindo os direitos constitucionais
expressos na Constituição Federal, no decreto 6.040 de 07 de fevereiro
de 2007 que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável
dos Povos e Comunidades Tradicionais, bem como a resolução 169 da
Organização Internacional do Trabalho. Viola-se também o ECA – Estatuto
da Criança e do Adolescente – pontua. O Movimento de Pescadores e o
Conselho das comunidades remanescentes de Quilombo estarão solicitando
do Ministério Publico Estadual, uma intervenção junto à causa, a fim de
garantir os direitos das comunidades tradicionais. Como não houve
consenso entre os envolvidos, as crianças permanecem afastadas das salas
de aulas, pelo fato dos Movimentos não acatarem a decisão do Município.
F: Voz da Bahia
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