UPB puxa greve de prefeitos em protesto contra FPM mixuruca

Paralisar as atividades nesta sexta-feira (25/10) e manter apenas os serviços básicos das prefeituras em funcionamento foi a forma encontrada pelos municípios baianos para denunciar a grave crise financeira das administrações municipais. Com a medida, o movimento encabeçado pela União dos Municípios da Bahia (UPB) espera chamar a atenção do Congresso Nacional para a aprovação da PEC 39/2013, que amplia em 2% o repasse de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Até o momento, 206 prefeituras aderiram ao movimento chamado "SOS Municípios". Associações municipalistas de outros quatro estados do Nordeste, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, já articulam os prefeitos para repetir a iniciativa da Bahia.
A PEC 39 foi apresentada em agosto pela senadora gaúcha Ana Amélia (PP-RS) e prevê que a União distribuirá mais 2% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ao FPM, a serem repassados no primeiro decênio do mês de julho de cada ano. Com a aprovação, serão injetados R$ 7,5 bilhões nos cofres municipais. A matéria está parada no Senado, aguardando designação de relatoria.
Na última semana, uma comitiva de prefeitos liderados pela UPB esteve no Congresso Nacional entregando a pauta municipalista aos presidentes da Câmara e do Senado. Além da PEC 39, os gestores cobram a votação de projetos de lei na área tributária, a regulamentação dos valores mínimos aplicados pela União na saúde e condições para os municípios arcarem com o piso de categorias.
De acordo com a presidente da UPB e prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria Mendes, "é preciso uma solução urgente. 80% dos municípios baianos possuem o FPM como principal fonte de receita. Por esse motivo, as administrações estão estranguladas". Ela explica ainda que a concentração de recursos na esfera da União, como ficou estabelecido na Constituição Federal de 1988, não condiz com a realidade brasileira, na qual os municípios são responsáveis pela execução dos serviços de saúde, educação, transporte e saneamento básico, por exemplo.
Para municípios que têm entre 10.189 habitantes e 156.216 foram definidas 16 faixas populacionais de distribuição dos recursos do FPM. Na Bahia, 77 municípios se enquadram no coeficiente mínimo para o repasse e outros 70 têm o segundo menor índice de arrecadação.

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