Deputada Fabíola aplaude os 70 anos do Hospital Aristides Maltez

A deputada Fabíola Mansur (PSB) registrou, na Assembleia Legislativa, uma moção de aplausos ao Hospital Aristides Maltez (HAM) que completou 70 anos de existência no dia 2 de fevereiro de 2022. “O Hospital Aristides Maltez chega aos 70 anos com muita dignidade, solidariedade e imensos serviços prestados à Bahia, sem deixar de funcionar um único dia em sete décadas de vida e acolhendo a todas as pessoas que necessitam de assistência especializada”, manifestou a socialista, lembrando que uma das maiores conquistas da enorme instituição filantrópica é ser 100% SUS ao longo da sua história.

A parlamentar ressalta que o HAM vem enfrentando muitas dificuldades, especialmente financeiras, mas com um capital social de valor inestimável. Ao longo desse tempo, a instituição alcançou números importantíssimos: 205.433 mil casos de câncer atendidos, 280.706 cirurgias realizadas, sendo quase 70 milhões de procedimentos de saúde realizados desde 1976, dentre outros dados relevantes. O Hospital Aristides Maltez é resultado de um sonho que começou a virar realidade em 13 de dezembro de 1936, quando o doutor Aristides Pereira Maltez e seus companheiros fundaram a Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC). “A “lâmpada da caridade” foi então acesa e nunca mais se apagou. Permanece até hoje iluminando nossa Bahia e servindo de modelo para todo o Brasil”, pontua a deputada.

A legisladora relata que, em 1939, o professor Aristides Maltez procurou o ministro da Educação e Saúde, no governo Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, por meio do chefe de gabinete, o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, para tratar sobre a necessidade de apoio para construção de um hospital que cuidasse dos pacientes com câncer. Após intensas gestões, através do engenheiro Ernesto Souza Campos, obteve-se um acordo para a edificação do Instituto de Câncer da Bahia, que seria composto de três pavimentos: um para abrigar a sede da LBCC, outro para enfermarias e o terceiro para pesquisa.

Segundo conta a autora da moção, a Chácara Boa Sorte, no bairro de Brotas, em Salvador, foi o local escolhido, adquirido por João Mendonça Paes Júnior e esposa. O custo foi de 300 contos de réis, sendo 196,50 fruto de campanhas e doações e 103,50 contos de réis de juros das apólices do Tesouro do Estado da Bahia, destinadas pela iniciativa do Interventor do Estado, o engenheiro agrônomo Landulpho Alves de Almeida. Em 25 de outubro de 1940, prossegue a médica oftalmologista, foi colocada a pedra fundamental do “Instituto de Câncer da Bahia”, no terreno onde existia a Chácara Boa Sorte, quando o professor Aristides Pereira Maltez proferiu as seguintes palavras: “A semente de carvalho está lançada. A sua sombra não será, porém, mais para mim; servirá, sim, para dar abrigo aos cancerosos pobres da Bahia”.
A presidente da Comissão de Educação e Cultura da ALBA recorda ainda que uma caravana de estudantes de Medicina, atendendo solicitação do médico e vice-presidente vitalício da LBCC, Domingos Portela Lima, liderada pelo então estudante Clarival Valladares, percorreu o Brasil à procura de doações para dar continuidade à obra, buscando motivar a sociedade e autoridades. Em 5 de janeiro de 1943, faleceu o professor Aristides Maltez. Na Assembleia Geral da LBCC, realizada no mesmo mês, a conselheira Aldiza de Oliveira Barros apresentou proposta para que o instituto em construção fosse, a partir daquela data, denominado Hospital Aristides Maltez, em homenagem ao grande mestre.

Fabíola Mansur escreve também que, a partir da morte do professor Maltez, foram grandes e marcantes os esforços a fim de assegurar a continuidade da obra, destacando-se o trabalho diuturno de Antônio Pereira Maltez, que assumiu a presidência da Liga, Domingos Portela Lima, Luiz Arantes e o Conselho Feminino de Proteção, tendo à frente Silvia Pedreira Fernandes de Carvalho Gonçalves Tourinho. Órgãos públicos federais, estaduais e municipais, conscientes da grandiosidade da obra que representava a construção do Instituto de Câncer da Bahia - Hospital Aristides Maltez, destinaram recursos financeiros em seus vários níveis.

A inauguração funcional do Hospital Aristides Maltez, com início de atuação em prol de sua missão, aconteceu em 2 de fevereiro de 1952, tendo como seu primeiro diretor técnico o médico Sinfrônio Farias. O primeiro corpo médico do HAM foi constituído por Carlos Aristides Maltez, Carlos Chenaeud, Aloísio Farias, Adriano Gordilho, Washington Maltez, Carlos Fera, Luiz Neves, Alexinaldo Portela, Wilson Maltez e os acadêmicos de Medicina Maria Thereza Pacheco, Lipe Goldenstein e Clarindo Santos Barbosa. A atuação de Laura Barradas na organização da Nutrição e do Serviço Social foi um destaque.

Em 1953, Carlos Aristides Maltez assumiu interinamente a Diretoria Técnica do Hospital Aristides Maltez e, em 1956, foi eleito para fazer parte do Conselho Técnico Administrativo. A Diretoria Técnica do Hospital ficou a cargo do médico Luiz de Oliveira Neves. O Centro de Estudos foi inaugurado e teve como primeiro presidente o médico José dos Santos Pereira Filho. Em 1965 começou a Campanha Preventiva de Câncer de Colo do Útero, “Modelo Bahia”, idealizada por Carlos Aristides Maltez, que adentrou o interior da Bahia e estados do Nordeste, alcançando 35.000 mil mulheres. Visando melhor qualificar o quadro médico do HAM, a Liga proporcionou cursos em grandes centros de Oncologia, nacionais e internacionais.

Em 1980, as dificuldades do hospital foram agravadas com a súbita morte de doutor Carlos Aristides Maltez. O firme suporte para ultrapassá-las veio com o sucesso do show beneficente da cantora baiana Maria Bethânia, no Teatro Castro Alves, em 15/10/1981, com renda revertida para manutenção do HAM. É preciso frisar neste documento o importante apoio recebido, a partir de 1980, das empresas de publicidade como: Sani Filmes, de Oscar Santana, Propef de Fernando Barros, e Publivendas, de Fernando Carvalho.

“A belíssima história do HAM continua, inúmeras folhas de papel não seriam suficientes para contá-la. Neste ano de 2022, quando comemoramos 70 anos de sua existência, é fundamental registrar que o Hospital Aristides Maltez cumpre a promessa do seu fundador de jamais deixar a ‘lâmpada da caridade’ se apagar. E desde que ela foi acesa nunca mais se apagou. Através de doutor Aristides Maltez Filho, presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC), mantenedora do HAM, abraço todos que fazem essa gloriosa instituição. Meus aplausos de pé ao Hospital Aristides Maltez!”, finalizou a deputada Fabíola Mansur, solicitando que a presente moção seja do conhecimento do Hospital Aristides Maltez, Secretaria de Saúde do

Estado da Bahia, Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia, Associação Bahiana de Medicina, Sindicato dos Médicos da Bahia, Universidade Federal da Bahia e Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia.

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