A Usina Hidrelétrica (UHE) Pedra do Cavalo, operada pela Votorantim Cimentos e localizada no Recôncavo Baiano, inaugurou, na quinta (25/9) e na sexta (26/9), novas estruturas de beneficiamento de aipim e de mariscos, que foram entregues à Associação dos Pescadores e Marisqueiras do Dendê, em Maragogipe (BA), e à Associação de Mulheres Quilombolas e Marisqueiras do Vale do Iguape, em Cachoeira (BA). A iniciativa faz parte do Programa ReDes, que é realizado em parceria com o Instituto Votorantim e tem como objetivo fortalecer as atividades econômicas regionais, gerar novas oportunidades de renda e promover autonomia financeira para as famílias beneficiadas.
No Quilombo do Dendê, em Maragogipe, o projeto Força Quilombola do Dendê, desenvolvido pela Associação dos Pescadores e Marisqueiras do Dendê, recebeu investimentos para ampliar e adequar a sede da associação para transformá-la em uma unidade de beneficiamento de aipim. A expectativa é que a nova estrutura permita processar mais de 50 toneladas do produto por ano, com potencial de venda em mercados regionais e programas institucionais.
Para Genilson Pinheiro, presidente da Associação dos Pescadores e Marisqueiras do Dendê, a unidade de beneficiamento representa um passo fundamental para a valorização do trabalho dos produtores e produtoras locais, que funciona como um instrumento de independência econômica. “A assistência técnica e o apoio financeiro que recebemos foram fundamentais nesse processo de preparação para iniciarmos as atividades do centro de beneficiamento. Com essa estrutura, não dependemos mais da figura do atravessador. Agora, os ganhos ficam na própria comunidade. Se não fosse essa iniciativa, não teríamos a possibilidade de comercializar nossos produtos com mais independência”, afirma Genilson.
A nova unidade do projeto Força Quilombola do Dendê foi contemplada também com a construção de um sistema de água e a implantação de uma fossa séptica. Foram adquiridos equipamentos como seladora, mesa de inox e freezer, e os associados receberam insumos como embalagens e rótulos. O grupo ainda teve capacitação contínua em associativismo, gestão de negócios, boas práticas de manipulação de alimentos, técnicas de plantio e manejo de aipim, suporte de um gestor comercial e qualificação em gestão financeira, considerados fundamentais para a sustentabilidade da iniciativa.
Já em Cachoeira, foi inaugurada a Casa das Marisqueiras, um espaço voltado a melhorar as condições de trabalho e a qualidade do beneficiamento dos produtos das mulheres coletoras de mariscos da região. Segundo Olgalice dos Santos, presidente da Associação de Mulheres Quilombolas e Marisqueiras do Vale do Iguape, a inauguração representa a realização de um sonho coletivo. “Esse projeto garante melhores condições de trabalho para todas as integrantes da associação, beneficiando diretamente 30 mulheres e alcançando mais de 160 associadas registradas. Nosso maior objetivo é fortalecer a autonomia dessas trabalhadoras e, com a Casa equipada, processar os mariscos de forma adequada, gerando mais renda e qualidade de vida para todas”, disse Olgalice.
A operação da unidade na Casa das Marisqueiras foi desenvolvida em etapas, com foco inicial no licenciamento sanitário. Atualmente, o grupo possui uma declaração da Secretaria de Agricultura de Cachoeira que permite a participação em chamadas públicas, como as do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o qual a associação realizou, em 2024, a sua primeira entrega de 25 quilos de sururu ao Colégio Estadual de Santiago do Iguape. Em 2025, o grupo obteve o alvará sanitário e passou também a produzir e comercializar pratos à base de mariscos e participar de feiras regionais, como a ExpoPesca, em Salvador, e a Feira de Mariscos do Vale do Iguape. Esta última, a participação foi organizada 100% pelo grupo.
Ao longo desses anos, as mulheres marisqueiras passaram por capacitações para o beneficiamento adequado dos mariscos, tornando-se referência e ocupando espaços importantes no território. O grupo recebeu o selo Lilás, uma certificação concedida pela Secretaria de Política para as Mulheres da Bahia, reconhecendo a contribuição da associação em promover um ambiente de trabalho mais inclusivo, justo e seguro.
“Essas duas iniciativas no Recôncavo Baiano demonstram como o planejamento estratégico aliado ao engajamento comunitário podem contribuir para a construção de um futuro mais igualitário. Elas refletem nosso jeito de ir além e reafirmam o compromisso com o desenvolvimento regional ao fortalecer os negócios das comunidades vizinhas às nossas operações. Mais do que um investimento em infraestrutura, essa parceria valoriza o trabalho das associações locais, promove geração de renda e contribui para o desenvolvimento do território de forma sustentável. Esse é um compromisso que reforça a importância da integração entre empresa e comunidade para construir um futuro com mais oportunidades e autonomia”, afirma Dejair Lima, gerente de operações da UHE Pedra do Cavalo.
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