Ex-auditor fiscal envolvido na ‘Máfia do ISS’ forjou a própria morte e deveria estar enterrado em um cemitério de Cachoeira

Dado como morto, o ex-subsecretário de Arrecadação da Prefeitura de São Paulo, Arnaldo Augusto Pereira, apontado como um dos mentores da Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), foi preso nesta quarta-feira (15/10) no sul da Bahia.
Ele foi condenado a 18 anos de prisão em maio de 2019 por ter recebido quase R$ 1,2 milhão em propina para liberar alvará de construção de um condomínio residencial com 15 torres em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e por ter dissimulado e ocultado a origem de valores obtidos por meio de crimes contra a administração pública.

Em abril de 2023, a 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo condenou o ex-subsecretário a uma pena de 17 anos e 3 meses de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro e concussão, em mais uma sentença no âmbito da Máfia do ISS.

As investigações da Prefeitura e do Ministério Público do estado (MPSP) apontam que Pereira chegou a receber entre R$ 60 mil e R$ 80 mil por semana da Máfia do ISS, entre 2006 e 2009, período em que os acusados do esquema se reportavam a ele, na primeira gestão de Gilberto Kassab (PSD). Ele teria sido beneficiado por pelo menos quatro empresas do ramo imobiliário.
Arnaldo Augusto Pereira confessou ter pago R$ 40 mil por documentos falsos para forjar a própria morte e escapar da punição da justiça.

A falsa morte teria ocorrido no bairro da Liberdade, em Salvador a mais de 900 km de onde o procurado morava com a família, e o corpo teria sido sepultado no município de Cachoeira, no Recôncavo baiano.

O documento tem a assinatura de um médico baiano e é registrado em um cartório de Salvador. Ele foi anexado ao processo por uma pessoa sem vínculo familiar com Arnaldo, mas com passagens na polícia por furto, roubo e estelionato. O nome não foi divulgado.

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e a Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais da Bahia (Arpen-BA) também foram contatadas, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

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