A medida explode em meio a um cenário de forte desgaste interno. Há meses, servidores efetivos e contratados denunciam salários atrasados, fornecedores relatam pagamentos pendentes há longo período, e cidadãos apontam deterioração evidente nos serviços públicos. A economia local vem sofrendo com a instabilidade, e a sensação de descontrole administrativo se tornou dominante no debate público. Para a população, os primeiros 18 meses de gestão de Ramon de Sena representam um ciclo de retrocesso, marcado pela incapacidade de manter o básico: folha em dia, contas organizadas e planejamento mínimo.
A crise política se aprofunda diante de denúncias de que setores estratégicos da gestão estariam sob influência direta de empresários que financiaram a campanha do prefeito, levantando suspeitas sobre perda de autonomia administrativa e favorecimentos indevidos. A Prefeitura ainda não esclareceu oficialmente as acusações, que crescem em volume e repercussão. Paralelamente, críticos lembram que a própria administração reconheceu que o prefeito fez parte de gestões anteriores, enfraquecendo o argumento de que os problemas seriam integralmente “herdados”.
A reportagem ouviu profissionais diretamente afetados pelo decreto. Uma professora da rede municipal descreveu o ambiente de insegurança: “A escola já funcionava no limite. Agora, com esse decreto, ninguém sabe como será o próximo mês. É como se a educação tivesse sido abandonada.” No comércio, o impacto é imediato, como relata um lojista do centro: “Quando a prefeitura atrasa salário, o movimento cai na hora. A gente já sente isso na pele.” Prestadores de serviço também demonstram desespero: “Temos meses de pagamento acumulado, sem resposta, sem perspectiva. Estamos à deriva”, afirmou um empresário contratado pelo município.
Reportagens recentes de veículos regionais ampliaram as denúncias e apresentaram novas informações sobre falhas administrativas, inconsistências e suspeitas de interferência externa na máquina pública. A repercussão colocou a gestão sob pressão ainda maior e reacendeu um debate que antes circulava apenas nos bastidores: o impeachment. Hoje, o termo já é verbalizado abertamente por vereadores da oposição, por servidores e por lideranças locais que afirmam não ver mais condições políticas e administrativas de continuidade da atual gestão.
Para analistas ouvidos pela reportagem, o decreto não representa uma tentativa de ajuste, mas sim a assinatura pública de que a administração perdeu o rumo, não possui controle interno e não demonstra capacidade de reação. Segundo eles, o documento marca o ponto em que a crise deixa de ser administrativa e se torna institucional, colocando Sapeaçu diante do risco de uma paralisia prolongada caso medidas firmes não sejam tomadas.
Veja abaixo todos os decretos:


















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