Pai da cigana Hyara fica indignado com resultado do inquérito policial

Hiago Alves, pai de Hyara Flor Santos Alves, morta aos 14 anos, disse estar "indignado" com a conclusão do inquérito policial que apontou tiro acidental como causa da morte da adolescente. Ele gravou um vídeo no qual diz que "já esperava" que essa fosse a conclusão da polícia: "Eu já esperava porque desde o início venho tocando nessa tecla. Ele [delegado] ouviu três pessoas manipuladas. (...) Fica aqui minha indignação", começa.

"Eu e minha família estamos muito tristes e revoltados com isso. A gente está sofrendo tem 40 dias. Morrendo e sofrendo mesmo, e tem uma resposta dessa no inquérito policial. Mas a gente espera e confia muito na juíza e no promotor de Justiça, e confiamos que ele não vai aceitar esse inquérito policial", continuou Hiago.

Segundo a polícia, o tiro foi disparado pelo irmão do companheiro da vítima, de nove anos. A conclusão do inquérito foi apresentada na manhã desta sexta-feira (11).

De acordo com a Polícia Civil, ela e o menino brincavam com a arma no momento do acidente. A criança empunhava o revólver na direção de Hyara, quando disparou acidentalmente.

O revólver, de acordo com a investigação, pertencia à sogra de Hyara. Ela responderá por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo.

INVESTIGAÇÃO DESCARTA VINGANÇA E FEMINICÍDIO

A nova versão apresentada pelas autoridades descarta hipóteses que apontavam desavenças familiares ou feminicídio. "Perícias técnicas e oitivas de testemunhas não corroboram elementos de prova que sugeriam outras motivações como traição ou femincídio", destacou o delegado Paulo Henrique de Oliveira, coordenador da 23a Coorpin/Eunápolis.

A investigação também rejeitou a possibilidade que Hyara fosse vítima de violência doméstica, conforme apontava a família da jovem. Para isso, os investigadores consideraram as evidências apresentadas pelo laudo da necropsia, que o levaram a rejeitar eventual participação do marido no ocorrido.

O CRIME

Hyara foi baleada na noite de 6 de julho. A jovem chegou a ser levada ao Hospital Maternidade Joana Moura, no centro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Os acompanhantes da jovem disseram no hospital que os tiros foram acidentais, mas funcionários do local viram indícios do crime e chamaram a Polícia Militar. A versão inicial foi que Hyara foi atingida quando limpava uma pistola.

O adolescente e marido de Hyara, também de 14 anos, fugiu após o crime acompanhado do pai, de acordo com relatos de testemunhas. Os dois estavam casados há cerca de dois meses.

O jovem foi apreendido em Vitória no fim de julho, dias após a morte, e teve a internação provisória decretada. Ele havia sido apontado como suspeito de praticar "ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado (feminicídio)".

RECÔNCAVO
Uma jovem cigana deu entrada na emergência do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus na tarde desta sexta-feira, dia 11, após ter sido atingida com um tiro na perna. O fato aconteceu onde a vítima reside no bairro Jardim das Árvores. A mesma encontra-se com o quadro clínico estável, porém delicado. O caso terá acompanhamento da Polícia Civil.

Informações do Folhapress

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