PM que fugiu do Batalhão de Choque vai a júri popular por assassinato no Recôncavo

O policial militar Diego Kollucha Santos Vasconcelos, que fugiu do Batalhão de Choque de Lauro de Freitas em março deste ano, vai a júri popular pelos crimes de homicídio qualificado e adulteração de placa de carro, informou nesta quinta-feira (19) o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que denunciou o PM. A decisão foi da Vara Criminal de Santo Amaro, que também manteve a prisão preventiva do soldado, considerando a gravidade do crime e risco de nova fuga.

A decisão avalia que a denúncia do MP-BA traz provas que ligam o PM à morte da gerente de mercado Juliana de Jesus Ribeiro em Saubara, no Recôncavo baiano, em maio do ano passado. Foram anexados laudos periciais, registros de geolocalização e outros elementos da investigação que indicam que o PM teria usado um carro com placas adulteradas no dia do crime estava perto da residência da vítima, na Rua Ananias Requião. Além disso, foram encontrados na casa dele roupas itens semelhantes aos usados pelo atirador, reforçaram as provas.

"As evidências e provas do inquérito policial demonstram que o denunciado planejou, premeditou e executou a ação que culminou na morte de Juliana de Jesus Ribeiro", diz a denúncia. Trezes dias antes da execução, o denunciado foi flagrado observando a rotina da vítima, percorrendo o mesmo percurso e realizando as mesmas ações que foram feitas na data do homicídio.

A investigação apontou que, por volta das 19h30 do dia do crime, Diogo Kollucha e um comparsa renderam a vítima quando ela saía do trabalho, em técnicas semelhantes as de abordagem policial, obrigando-lhe a por as mãos na cabeça e a ficar de costas para eles.

Juliana foi assassinada pelas costas, quando já estava rendida, sem chances de defesa, o que levou à denúncia de homicídio qualificado. Não foi informado o que teria motivado o crime. Diego Kollucha é suspeito de fazer parte de um grupo de extermínio.

Diego foi preso esse ano por outro crime, mas conseguiu fugir do Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas. Dois dias depois, em 29 de março, ele foi capturado novamente, em Feira de Santana, para onde teria escapado com apoio de comparsas.

Uma semana depois, em 4 de abril, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra cinco suspeitos de envolvimento na fulga do soldado.

Fuga

Segundo a polícia, a fuga aconteceu durante a revista das celas, quando o soldado e outros custodiados foram transferidos para uma quadra/solário da unidade. Diego conseguiu escapar pulando do muro e informações indicam que o fugitivo se feriu durante a ação.

Uma operação policial foi realizada para localizar e capturar o militar. Dias depois, ele foi localizado em Feira. Segundo a Polícia Militar, a captura foi realizada por uma equipe da inteligência da PM-BA. Após ser submetido ao exame de corpo delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT), o investigado seguiu custodiado à disposição da justiça.

A PM instaurou um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da fuga.

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