UHE Pedra do Cavalo fortalece protagonismo feminino e agricultura familiar no Recôncavo Baiano

A força da mulher do campo se revela no cuidado com a terra, na sabedoria passada de geração em geração e na capacidade de transformar pequenos espaços em territórios de vida e prosperidade. Em Maragojipe (BA), essa força vem ganhando ainda mais visibilidade com o apoio da Usina Hidrelétrica (UHE) Pedra do Cavalo, operada pela Votorantim Cimentos. Por meio de iniciativas voltadas ao desenvolvimento local, as ações têm impulsionado o protagonismo feminino e fortalecido a agricultura familiar no Recôncavo Baiano.

O projeto Força Quilombola do Dendê, sediado em Maragojipe (BA), é um exemplo desse movimento. Com cerca de 45% das pessoas envolvidas sendo mulheres, a iniciativa criou uma unidade de beneficiamento de aipim onde elas atuam em todas as etapas do processo, do descasque e processamento à embalagem. Além disso, as agricultoras participam do plantio, dos cuidados e da colheita, inclusive em uma horta comunitária que garante alimentos frescos para as famílias da região.

Já o projeto São Roque, também em Maragogipe, tem as mulheres como protagonistas em cerca de 35% das atividades. São elas as responsáveis pelo manejo dos quintais produtivos, espaços que unem saber tradicional e práticas agroecológicas, garantindo uma alimentação saudável, diversidade alimentar e renda extra. Hortaliças, frutas, temperos e raízes cultivados com dedicação refletem um trabalho que nutre tanto o corpo quanto o território.

Grande parte da produção do projeto São Roque é destinada ao consumo das próprias famílias, reforçando a segurança alimentar da comunidade. O excedente é comercializado localmente, fortalecendo a economia e incentivando a autonomia das produtoras. Paralelamente, os grupos vêm se organizando para acessar novos mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ampliando o alcance da agricultura familiar na região.

As capacitações promovidas pelos projetos vêm transformando o cotidiano e o olhar das mulheres rurais, que passam a ocupar espaços de liderança e decisão dentro de suas comunidades. Essa transformação é refletida em histórias como as de Ana Paula de Souza e Almerinda da Hora Santos, agricultoras de São Roque do Paraguaçu, que representam o espírito de resistência, aprendizado e amor à terra.

Participar dos intercâmbios do projeto foi uma experiência transformadora. Aprendi sobre biodiversidade e práticas agroecológicas que eu não conhecia. Antes, cada planta tinha seu espaço separado, mas lá entendi que é possível cultivar diferentes hortaliças no mesmo local, de forma natural e sem o uso de venenos. Isso mudou completamente minha forma de produzir e de me alimentar. Hoje, tenho mais saúde e disposição, e faço questão de compartilhar esse aprendizado com outras mulheres da comunidade”, conta Ana Paula de Souza, participante do projeto Quintais Produtivos, em São Roque do Paraguaçu.

Quando entrei para o projeto, eu estava sem trabalho e sem muita motivação. Foi uma virada na minha vida. Aprendi a cuidar melhor do meu quintal e a aproveitar cada pedacinho de terra. Hoje, não compro mais temperos nem hortaliças, tudo vem do meu próprio quintal produtivo. É muito gratificante colher o que a gente planta e sentir o sabor diferente, o cheiro fresco dos alimentos cultivados com cuidado. Além de economizar, é uma alegria saber que posso viver do que produzo”, destaca Almerinda da Hora Santos, também participante do projeto São Roque, em São Roque do Paraguaçu.

De acordo com Dejair Lima, gerente de Operações da UHE Pedra do Cavalo, os resultados dos projetos mostram que quando as mulheres rurais têm acesso a conhecimento, tecnologia e oportunidades, elas se tornam agentes de transformação em suas comunidades. “Investir na agricultura familiar e no protagonismo feminino é investir no desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos. Essas iniciativas mostram como conhecimento, capacitação e engajamento podem transformar realidades, fortalecendo a economia local e garantindo mais oportunidades para as mulheres do campo”, afirma Dejair.

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