Paulo
Bernardo disse que a digitalização do rádio, assim como vem acontecendo
com a TV, ainda não tem um modelo que definitivamente sirva ao Brasil.
“O que nós vamos fazer ainda este ano é autorizar as rádios AM se
transformarem em rádios FM. Uma das pressões que temos para fazer o
rádio digital é que a qualidade do rádio AM está caindo, principalmente
nos grandes centros urbanos. Isso prejudica muito a audiência. A
juventude, por exemplo, nem ouve mais rádio AM”, declarou.
Bernardo
informou que já foram feitos estudos que apontam viabilidade para a
migração. “Com a digitalização da TV, nós temos os canais 5 e 6
[liberados], onde cabem muitas rádios. Nós estamos fazendo uma solução
que é importante, que é autorizar rádio AM para a faixa de FM. Isso vai
ser assinado em novembro, que tem o Dia do Radialista [comemorado em 7
de novembro.]”
O ministro disse também que o desligamento do sinal analógico para os antigos aparelhos de televisão, chamado de switch off,
ocorrerá no primeiro semestre de 2015, mas que o cronograma ainda está
sendo acertado com as emissoras. Segundo Bernardo, não haverá, contudo,
prejuízo para o público, pois o governo vai facilitar a aquisição dos
aparelhos necessários para converter o sinal digital para as televisões
analógicas.
O presidente da Associação Brasileira de Emissoras
de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, explicou que, com a
futura liberação do espectro de 700 mega-hertz (MHz), onde hoje operam
as televisões analógicas, parte desse espaço será ocupado pelas rádios
AM.
“Hoje a faixa de frequência do FM atual vai de 88 MHz a 108
MHz. Os canais 5 e 6 vão de 76 MHz a 88 MHz. É o que agente chama de
faixa contígua ao FM. O decreto conterá que nos municípios onde tem
outorga e todas as AM cabem no espectro atual de FM elas migram
automaticamente e devolvem sua frequência AM para o governo. E nas
emissoras que vão para os canais 5 e 6, elas começam a operar e terão um
prazo de transmissão simultâneo até cinco anos”, explicou.
O
presidente da Abert disse ainda que, para garantir que os novos rádios
possam captar essa faixa extra de FM, o governo deverá editar uma
portaria obrigando todos os receptores produzidos no Brasil já virem com
atualização do software para a faixa estendida.
(Agência Brasil)
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