Governo de Bolsonaro registra uma crise a cada 50 dias

O presidente Jair Bolsonaro completou o 500º dia no cargo nesta sexta-feira (15), tendo a data marcada, inclusive, com mais uma mudança drástica no Ministério da Saúde, com a saída de Nelson Teich da função de ministro, com menos de um mês após nomeação.

A crise no órgão já vinha acontecendo desde que Luiz Henrique Mandetta, ministro anterior a Teich, assumiu a Saúde no período inicial do aumento dos números da pandemia de coronavírus no Brasil. 

Com os primeiros 500 dias de governo de Bolsonaro, a Folha calculou que a cada 50 dias, aproximadamente, uma nova crise estourou no país e listou as dez principais situações que geraram grande repercussão durante o mandato, até agora. 

Em fevereiro de 2019, a Folha publicou que Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, patrocinou candidaturas de laranjas no PSL, partido pelo qual o presidente foi eleito, com uso de verbas públicas. No fim do mesmo ano, a Polícia Federal (PF) indicou o ministro como envolvido no esquema. Também no início de 2019, Bebiano, presidente do partido durante as eleições em 2018, foi demitido da Secretaria-Geral da Presidência após criar atrito com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. 

O anúncio da troca do superintendente da PF, Ricardo Saadi, em agosto de 2019, pegou a instituição de surpresa. A justificativa do presidente envolvia questões de gestão e produtividade, quando, possivelmente, era uma tentativa de atrasar a recente crise com Sergio Moro. No mesmo mês, Bolsonaro sofreu forte pressão popular e internacional sobre as queimadas na Amazônia. 

No fim de 2019, o nome do presidente foi citado durante investigação do caso sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No mesmo período, Eduardo Bolsonaro, também filho do presidente, ameaçou”um novo AI-5”. Em novembro o governante também rompeu com o PSL.

No início deste ano, o então secretário da Cultura, Roberto Alvim, usou uma fala do ministro da propaganda da Alemanha Nazista, Joeseph Goebbls, e as pesadas críticas ao pronunciamento fez o Alvim ser exonerado do cargo sem que o presidente se posicionasse sobre a situação. 

No último mês de abril, Luiz Henrique Mandetta, que ainda assumia o Ministério da Saúde, deixou o cargo após tensão de posicionamentos sobre a pandemia entre ele e Bolsonaro. No mês passado o então ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão após o presidente fazer troca na direção-geral da PF. 

Esta semana, mais uma vez o governo sofreu abalo. Assim como o mandato de Bolsonaro atingiu o 500º dia, o Ministério da Saúde passou por mais uma crise com a saída de Teich da função com menos de um mês na posição. Novamente, as opiniões e ações do líder da Saúde não se alinhavam com as do presidente.

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