A Bahia, estado pioneiro na produção de petróleo no país, voltará a abrigar a sede da Petrobras, com o retorno das atividades na Torre Pituba, em Salvador, e dos trabalhadores, ainda que de forma escalonada, e terá retomada a produção nos campos terrestres operados pela estatal. O anúncio foi feito pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, durante audiência sobre a retomada de investimentos no estado, que aconteceu nesta manhã (13), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
A reunião restrita contou com as presenças de parlamentares estaduais e federais, além de prefeitos de municípios produtores de petróleo e gás natural no estado. O encontro foi uma iniciativa da Liderança da Maioria na Alba, com as participações do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia (Sindipetro-Ba), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Central Única dos Trabalhadores (CUT-Ba) e o Setorial de Energia do Partido dos Trabalhadores na Bahia.
Na pauta, as recentes mudanças do setor energético na Bahia; o restabelecimento dos pagamentos dos royalties, suspensos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para a gestão pública municipal; alternativas para a recuperação do protagonismo da Petrobras no estado na produção de óleo e gás natural.
Para o líder do Governo na Alba, que articulou o encontro, deputado estadual Rosemberg Pinto, a vinda do presidente da Petrobras é uma demonstração do interesse em dialogar com os trabalhadores, os empresários e também com o Governo, no sentido de retomar às atividades na Bahia.
No discurso tão aguardado, o compromisso assumido publicamente pelo presidente da empresa: “Cada gota de petróleo, cada molécula de gás que tiver viabilidade na Bahia, será produzida, mas ao mesmo tempo, temos que fazer o trabalho de gerações futuras. Usar esses recursos do petróleo para transferência energética justa, aquela que não deixa ninguém para trás. Não iremos sair do petróleo terrestre no estado, vamos recuperar operações, refinarias, com negociação e de forma conjunta”, declarou Prates .
Ele ainda falou sobre o desmonte que a estatal sofreu nos últimos anos, com desmobilizações, transferências involuntárias e motivadas com a venda de ativos da refinaria e de campos terrestres de produção. “Precisamos rever todo esse processo, com outra mentalidade e, sobretudo, com o entendimento de que a Bahia faz parte e constrói essa empresa. O primeiro passo será a reocupação da nossa sede na Pituba. Visitamos a unidade e estamos avaliando questões como locação e segurança no entorno, Em curto prazo, retornaremos a esse espaço e daremos a importância que a Bahia e Salvador merecem”.
O presidente da estatal ainda esclareceu sobre a interrupção dos ativos de produção terrestre. “Trata-se de um ato regulatório (ANP). O que podemos afirmar é que estamos finalizando, ainda nesse mês, todas as exigências que o agente regulador relatou, para restabelecermos a produção Bahia Terra, que é importante para os prefeitos, porque paga royalties, e para a manutenção dos empregos”, tranquiliza.
Ao mesmo tempo, ele alerta para a organização do fluxo de caixa: “Essa interrupção, nos serviu de alerta. O petróleo não é uma fonte renovável e o gestor precisa ter o entendimento de que os royalties não é compensação ambiental, nem social e sim, uma compensação financeira para as gerações futuras”. “Vamos abraçar essas cidades que nos acolheram, que receberam uma indústria exigente, imediatista, ultimada, rápida, que consome da sociedade local. Agora, vamos fazer esse trabalho de continuidade da produção e de investimento”, conclui.
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