Os estudantes do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Professor Edgard Santos, localizado no município de Governador Mangabeira, participaram, nesta terça-feira (23), de uma atividade de campo nas comunidades quilombolas de São Francisco do Paraguaçu, Santiago do Iguape e Engenho da Ponte, localizadas em Cachoeira, no Recôncavo Baiano. A atividade teve o objetivo de colocar os estudantes em contato direto com a população local para entender as formas de organização social, econômica e cultural destes espaços, além de compreender como essas organizações possibilitam condições de protagonismo dos quilombolas neste território.
A realização da atividade se justifica pela concepção de estudo relacionada à Lei no 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana em todas as escolas da educação básica do país. O roteiro contemplou a visita à comunidade quilombola São Francisco do Paraguaçu e apreciação guiada das ruínas do Convento de São Francisco; visita à comunidade quilombola Santiago do Iguape; almoço e roda de conversa com a liderança da comunidade quilombola do Engenho da Ponte.
O professor de História Luís Carlos Borges falou do impacto da atividade no aprendizado dos estudantes. “A ideia foi demostrar para os estudantes a importância da presença negra nessa região, como os quilombos foram formados e como essas comunidades resistem até hoje, mantendo uma tradição e cultura. Nós almoçamos, por exemplo, no Engenho da Ponte, com a refeição feita pela comunidade e eles puderam refletir acerca de aspectos ligados à história e cultura afro-brasileira, sobretudo a partir da concepção de comunidades quilombolas”.
Para o estudante Eduardo Aranha, 16, a experiência de conhecer de perto as comunidades quilombolas foi enriquecedora. “Durante a atividade, foi possível aprender sobre a origem dos povos do nosso país e de como era a situação dos escravizados. Desta forma, fica mais fácil abordar os assuntos das matérias de humanas que tratam sobre isso, pois pudemos ver de perto como era a real situação dos quilombolas”, comentou.
O estudante Ícaro José da Conceição, 16, também gostou da atividade. “Nós tivemos a oportunidade de conhecer locais históricos e compartilhar outros pensamentos e ideias. O que eu achei mais interessante foi o fato das pessoas e das comunidades criarem suas próprias formas de obter renda e lucro. Fica muito mais fácil aprender quando podemos ter o contato visual”, afirmou.
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